Eduardo Aquino
O Tempo
O Tempo
O corpo sempre falou. Mas, ultimamente, anda gritando, lamentando,
emitindo um SOS… Em vão, a bem da verdade.
Infelizmente, somos surdos e analfabetos para traduzir os sinais claros que nossos órgãos, capitaneados pelo cérebro, usam para denunciar a exaustão e o desgaste que o estilo de vida moderna impõem ao nosso físico.
Você sofre de tonteiras e de labirintite? Como se equilibrar em meio ao turbilhão de preocupações irrealistas que lhe assaltam a cada instante? Seu peito aperta, um “bolo imaginário” engasga seu tubo digestivo, uma azia queima inclemente seu estômago, seu intestino preguiçoso faz greve e paralisa seu trânsito fecal, ou uma colite nervosa faz você fugir de momentos importantes em busca do banheiro mais próximo, com constrangimentos diarreicos?
Toneladas de exames estão normais.
Infelizmente, somos surdos e analfabetos para traduzir os sinais claros que nossos órgãos, capitaneados pelo cérebro, usam para denunciar a exaustão e o desgaste que o estilo de vida moderna impõem ao nosso físico.
Você sofre de tonteiras e de labirintite? Como se equilibrar em meio ao turbilhão de preocupações irrealistas que lhe assaltam a cada instante? Seu peito aperta, um “bolo imaginário” engasga seu tubo digestivo, uma azia queima inclemente seu estômago, seu intestino preguiçoso faz greve e paralisa seu trânsito fecal, ou uma colite nervosa faz você fugir de momentos importantes em busca do banheiro mais próximo, com constrangimentos diarreicos?
Toneladas de exames estão normais.
Afinal, máquinas, por mais sofisticadas e tecnológicas que sejam, não
aprenderão jamais a linguagem das emoções, dos sentimentos e dos
afetos.
NÃO HÁ APLICATIVOS
Tentar criar aplicativos ou aparelhos do tipo “almômetro” ou
“mentômetro”, que pudessem desvendar segredos da alma e da mente
humanas, seria genial, mas também seria tão impreciso quanto nossas
mentiras, hipocrisias e ilusões. Continuaremos a ser vítimas de nós
mesmos, e haja coração disparado, falta de ar, pressão arterial que sobe
e desce, dores no corpo, estranhas alergias, fibromialgias, sono
instável, cansaço intenso, falta de ar e outras manifestações físicas
menos cotadas, com exames complexos e variados e peregrinações a
diversas especialidades médicas, para no fim escutar: “está tudo
normal”.
Será a sina da humanidade ter que padecer no paraíso? Quem, cargas d’água, entenderá meu corpo “normal” e, ao mesmo tempo, maltratado e doído, fonte de incômodo e mal-estar? Estaria a hipocondria virando epidemia? Ou um surto de “piti ou frescura” estaria se instalando? Somos histéricos e mal-amados, querendo uma atenção a mais, um colo nesse mar de carência, ou seríamos preguiçosos matadores de aula ou do trabalho?
ANSIEDADE GENERALIZADA
Para além dos doutores Googles que invadem mentes internáuticas, ou
teóricos da conspiração e apocalipse, atentem para um tipo de transtorno
de ansiedade cada vez mais prevalente em todas as especialidades
médicas, serviços de saúde e similares: o Transtorno de Ansiedade
Generalizada (ou TAG). Erradamente se imagina que a ansiedade é algo
mental, tipo de pensamento disparado com incapacidade de relaxamento, ou
sofrimento antecipatório, projeção de medos ou inseguranças sem rastro
de realidade, numa aflição desmesurada, arfante, uma preparação
equivocada para um risco iminente.
A natureza escreve, desde priscas eras, um enredo previsível: a mente
(essa energia psíquica que gera o pensar, o sentir e o agir), ao
projetar situações de estresse imediato a cada instante, emite uma ordem
para o cérebro (um escravo servil da mente, que processa a informação
de perigo como uma realidade e, assim, desencadeia reações extremas tipo
“lutar ou correr”), que, por sua vez, altera todo o corpo, acelerando
seu funcionamento para encarar um perigo imaginário – que, venhamos e
convenhamos, nunca é real. Em outras palavras, a hiperatividade da mente
leva a um hiperfuncionamento do cérebro, que revoluciona o corpo.
ALARME A TOCAR
Pois é, o corpo fala que nos andam faltando mais relaxamento, prazer
no que fazemos, sabedoria para entender a vida, mais amor aos que nos
cercam! Que serenidade, perdão, paz de espírito e altruísmo são remédios
naturais e elixires do bem viver. Mas, como não ouvimos a alma e a
mente, o alarme continuará a tocar com tantos sintomas inespecíficos.
Fica então a grande dica: a sede do sofrimento físico é o seu mundo
mental. Vá atrás da ansiedade e corrija seu psiquismo. O corpo agradece.
Tribuna da Internet