quarta-feira, 13 de maio de 2015

GOVERNO PEDE QUE SUPREMO ADIE AUMENTO DOS SERVIDORES

Valdo Cruz
Folha
 
Preocupado com o impacto fiscal de R$ 25,7 bilhões nos próximos quatro anos de projeto que reajusta salários de servidores do Judiciário, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) começou a negociar nesta terça-feira com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, um adiamento da discussão do tema para o próximo ano.

“Este projeto tem um risco fiscal forte e pode gerar um efeito cascata em todo funcionalismo”, alertou o ministro, argumentando que os servidores do Judiciário já tiveram aumento neste ano e que o reajuste extra, que tramitava no Congresso desde 2009, não estava previsto no Orçamento e é um complicador num momento em que o governo busca reequilibrar as contas públicas.

Nelson Barbosa conversou com o presidente do Supremo, mas não adiantou se já há algum tipo de acordo. “Estamos começando a conversar”, afirmou.

IMPACTO FISCAL

O governo tem pressa, porque o projeto já foi aprovado na Câmara e, agora, está no Senado, com previsão de votação nos próximos dias.

Neste ano, o impacto fiscal do reajuste, de até 31,4% em 2015, seria de R$ 1,5 bilhão. No próximo ano, o gasto extra para os cofres públicos atingiria R$ 5,3 bilhões. Nos dois anos seguintes seria de R$ 8,4 bilhões (2017) e R$ 10,5 bilhões (2018).

Ao todo, entre 2015 e 2017, o reajuste nos salários varia de 56,4% a 78,6%. Neste ano, incorporado o aumento de 8,4% concedido ao Poder Judiciário, os servidores teriam um aumento entre 29,7% e 36,4%.

Nelson Barbosa está apresentando ao Judiciário a sugestão de definir o tema em agosto, quando o governo federal vai definir um montante de recursos para reajuste da folha de pagamento dos três poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo) no próximo ano.

“Nossa intenção é definir este montante geral, e cada poder definiria livremente como usar esta verba”, afirmou Nelson Barbosa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Os três podres poderes jogam lá para cima os salários de seus dirigentes, sem falar em mordomias, passagens aéreas, diárias, verbas de representação, cartões corporativos e tudo o mais, e depois querem economizar em cima dos salários dos servidores. Está tudo errado neste país, o quadro é desanimador. As pessoas de bem sentem cada vez mais vergonha de serem brasileiras, a verdade é esta. (C.N.)

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