sábado, 23 de maio de 2015

SITUAÇÃO DO BRASIL É SEMELHANTE À BOLHA DOS EUA EM 2008

Vicente Nunes Correio Braziliense
 
Em termos de contração econômica, a situação vivida pelo Brasil hoje é semelhante à que se viu nos Estados Unidos entre 2008 e 2009, logo depois do estouro da bolha imobiliária.

 A grande diferença é que os norte-americanos puderam dar estímulos à atividade.

 Com a inflação baixa, o Federal Reserve (Fed), o BC dos EUA, jogou as taxas de juros para próximo de zero. Além disso, injetou trilhões de dólares na economia a fim de estimular o consumo.

O Brasil está de mãos atadas.

 A inflação se mantém, persistentemente, acima de 8%, obrigando o Comitê de Política Monetária (Copom) a pesar a mão sobre a taxa básica (Selic), a ponto de os analistas já falarem em juros de 14% ao ano — estão em 13,25%.

O caixa do Tesouro Nacional está destruído. Não há confiança na presidente Dilma. 

Por mais que ela tenha terceirizado a administração — na política, o comando está com o vice-presidente Michel Temer; na economia, com Joaquim Levy —, os agentes econômicos temem retrocessos.

Pode ser que o BC de Alexandre Tombini finalmente cumpra a promessa de levar a inflação para o centro da meta ao fim do ano que vem. 

Será motivo de regozijo pela população, sobretudo a mais pobre, que já enfrenta dificuldades para levar comida à mesa. 

Mas dizer que o sucesso da autoridade monetária é o passaporte para um futuro promissor requer muita boa vontade. 

Nem mesmo no país de ficção que o PT apresenta em seus programas eleitorais isso seria possível.

Tribuna da Internet