Alex Rodrigues
Agência Brasil
O suíço Joseph Blatter, de 79 anos, renunciou hoje (2) à presidência
da Federação Internacional de Futebol (Fifa). Desde o último dia 27,
quando as autoridades de Justiça dos Estados Unidos e da Suíça
deflagaram uma grande operação internacional contra a corrupção no
futebol, a entidade tem sido obrigada a explicar as denúncias de que
seus principais dirigentes cobravam propina para negociar contratos de
marketing, transmissão de jogos e a escolha dos países-sede da Copa do
Mundo.
A renúncia foi anunciada há pouco, pelo próprio Blatter, durante
entrevista coletiva concedida em Zurique, na Suíça. Uma nova eleição
para escolher o sucessor do suíço será agendada. Até lá, Blatter
continuará no comando da entidade.
Blatter anunciou ainda um programa de reformas significativas na
entidade. As mudanças serão conduzidas pelo presidente independente do
Comitê de Auditoria da Fifa, Domenico Scala.
QUINTO MANDATO
Blatter tinha sido reeleito presidente da Fifa na última sexta-feira
(29), depois que seu adversário na disputa, o príncipe jordaniano Ali
bin Al Hussein, 30 anos, desistiu da candidatura sem maiores
explicações. Seria o quinto mandato de Blatter à frente da entidade, que
ele comanda desde 1998.
Na manhã da última quarta-feira (27), policiais suíços prenderam, em
Zurique, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)
José Maria Marin, e mais seis dirigentes esportivos: Jeffrey Webb,
Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael
Esquivel.
No final da tarde do mesmo dia, o ex-vice-presidente da Fifa
Jack Warner entregou-se às autoridades de Trinidad e Tobago, na América
Central, mas foi liberado após pagar fiança de US$ 400 mil.
Nove dirigentes da Fifa e cinco empresários esportivos de várias
nacionalidades – entre eles os sete já presos – foram denunciados à
Justiça norte-americana devido às denúncias da Promotoria de Nova York.
As autoridades norte-americanas também investigam indícios de fraude na
escolha dos países-sede das duas próximas copas do Mundo (Rússia, 2018, e
Catar, 2022).
Segundo a Promotoria de Justiça de Nova York e o FBI
(Polícia Federal dos Estados Unidos), o esquema pode ter movimentado
mais de US$ 150 milhões em mais de duas décadas.
Tribuna da Internet