quinta-feira, 28 de abril de 2016

Vem aí o megaprotesto contra impeachment em São Paulo, com Lula e Dilma

Stella Borges
O Globo 

Centrais sindicais e movimentos sociais que compõe as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo vão aproveitar o 1º de maio, dia em que se comemora o dia do trabalho, para fazer frente a um eventual governo Temer. Em entrevista coletiva em São Paulo, organizadores dos atos disseram que “há uma grande expectativa” que a presidente Dilma Rousseff participe da manifestação no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulista. A presença do ex-presidente Lula, segundo eles, está confirmada.

— O impeachment não é um golpe só contra a democracia. Há também um interesse claro de retirada de diretos dos trabalhadores, a aprovação da terceirização do Senado. Não é à toa que tem apoio da Fiesp, da CNI — disse Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT.

PONTE PARA O PASSADO

Os representantes dos movimentos e centrais mostram preocupação com o documento “Uma Ponte para o Futuro”, elaborado pelo PMDB e divulgado em outubro de 2015, que propõe o fim das indexações, seja para salários, benefícios previdenciários ou outros gastos do governo.

— O Michel Temer chama de “Uma Ponte para o Futuro” e nós chamamos de “Uma Ponte para o Passado”. Querem acabar com os programas sociais e culpam eles pelo desarranjo das contas públicas, vão mexer na previdência — completou Nobre.

EM TODO O PAÍS

Os organizadores pretendem fazer mobilizações em todo o país no domingo. Eles acreditam que isso pode interferir na decisão do Senado em relação ao processo de impeachment da presidente.

— O Senado é uma casa mais qualificada. Nós vamos debater muito com os senadores, mostrar que esse impeachment vai agravar a crise econômica e representa um retrocesso para o Brasil. Não vamos reconhecer nenhum governo que não passe por eleição — afirmou o secretário-geral da CUT.

OUTRAS CENTRAIS

Nobre diz considerar um “erro” o encontro de representantes de centrais sindicais independentes com Temer na terça-feira. Eles entregaram um documento com uma série de reivindicações da categoria.

— Nós respeitamos a autonomia de cada central, mas achamos um erro porque o Michel Temer é anticlasse trabalhadora.

Tribuna da Internet