sábado, 31 de dezembro de 2011

Ano Novo ao redor do mundo

FOLHA

Etíope elege São Silvestre como sua conquista mais importante


A vida de Tariku Bekele é correr. Das pessoas, frequentemente. Irmão mais novo do fundista e recordista mundial Kenenisa Bekele, o etíope de 24 anos começou a se destacar aos 16, quando foi o segundo colocado nos 3.000 m do Mundial Juvenil, em Sherbrooke, no Canadá, título que ele conquistaria três anos mais tarde, em Pequim, na China.

Mas a maior glória veio em 2008, quando se tornou campeão mundial adulto na distância, em Valência, na Espanha. Só que para Bekele, a vitória na São Silvestre, foi a mais importante da sua carreira.

"Eu estou me sentindo muito sortudo", disse, para depois completar. "Havia muitos corredores fortes hoje e estou um pouco surpreso com o meu resultado", afirmou ele, que chegou ao Obelisco do Ibirapuera após 43min35s - marca inferior em 0min23s do recorde da prova, que pertence ao queniano Paul Tergart, em 1995.

Bekele não deu chances aos favoritos Marílson Gomes dos Santos e Martin Lel. Desde o começo assumiu a liderança e disparou na frente.

"Não esperava, pois estou me preparando para a disputa dos campeonatos indoor", afirmou Bekele, que fez neste sábado apenas a sua terceira prova de 15 quilômetros. Nas outras havia conquistado um quarto e um sétimo lugares.

Estreante em terras brasileiras, Bekele também não ligou para o tempo, chuvoso, ou para o trajeto da prova.

"Isso não é difícil [correr com a chuva]. Treinamos e corremos sempre com chuva. O que complicou realmente foram as subidas e descidas", finalizou o campeão da 87ª edição da São Silvestre.

FOLHA

Nigéria declara estado de emergência no norte do país


O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, declarou estado de emergência neste sábado em regiões ao norte do país, assoladas por uma insurgência islâmica violenta, e disse que fecharia quaisquer fronteiras com outros países nestas áreas cobertas pelo decreto.

"Eu, no exercício dos poderes a mim conferidos... declaro estado de emergência nas seguintes regiões da federação", disse Jonathan à TV estatal, antes de listar os governos locais do norte afetados pelo decreto.

"O fechamento temporário de nossas fronteiras nas áreas afetadas é apenas uma medida interina designada para enfrentar os atuais desafios de seguranças e será retomado assim que a normalidade seja restaurada", acrescentou ele, em discurso que abordou os atentados fatais no dia do Natal, pela seita Boko Haram, há uma semana.

VIOLÊNCIA

A decisão do governo nigeriano chega um dia após quatro pessoas terem morrido em uma explosão perto de uma mesquita de Maiduguri, nordeste da Nigéria, depois de uma onda de atentados similares atribuídos a uma seita islamita.

"Foi uma confusão depois da explosão. Quando a poeira abaixou, vimos quatro corpos", declarou a testemunha Mohammed Bukar, acrescentando que também há vários feridos.

Um porta-voz militar confirmou a explosão, mas disse que não estava ainda em condições de dar informações a respeito.

"É verdade que houve uma explosão perto do mercado Monday Market quando as pessoas saíam da mesquita. Ainda não temos detalhes", declarou o tenente-coronel Hasan Mohamed.

Outro habitante de Maiduguri que se encontrava na mesquita afirmou que "houve uma forte deflagração perto da mesquita imediatamente depois da oração de sexta-feira, quando as pessoas saíam". "Todo mundo correu para se proteger e houve uma atropelamento humano", contou, acrescentando que o exército bloqueou o setor.

Esta explosão aconteceu quatro dias depois de uma onda de atentados realizados no domingo (25) contra igrejas em várias cidades do país, nos quais morreram pelo menos 49 pessoas.

REUTERS/FOLHA

Chávez diz que 2012 será melhor e que nocauteará oposição


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, previu neste sábado que 2012 será melhor em todos os aspectos para seu país e que se manterá no cargo que ocupa desde 1999 porque ganhará "por nocaute" as eleições de outubro.

Durante uma transmissão por rádio e televisão, a propósito de um ato de entrega de casas, Chávez não duvidou que será reeleito, mas reiterou que reconhecerá uma possível derrota e exigiu o mesmo da oposição.

No plano político disse que o país "está estabilizado" e que a economia deixou para trás um período de desaceleração e se encaminha rumo a um crescimento sustentado.

Na véspera, o Banco Central da Venezuela havia anunciado que o crescimento da economia nacional durante 2011 foi de pelo menos 4% do Produto Interno Bruto (PIB).

Neste contexto, o governante ressaltou que "o melhor está por vir", em alusão principalmente à certificação internacional que comprova que a Venezuela possui a maior reserva mundial de petróleo, com 297 bilhões de barris.

Atualmente, a Venezuela produz diariamente 2,97 milhões de barris e exporta 2,5 milhões, dos quais 1,5 milhão de barris são enviados aos Estados Unidos e outros 500 mil para a China.

EFE/FOLHA

Homem é detido com explosivos em aeroporto do Texas


Um homem foi detido neste sábado ao tentar passar pela área de segurança de um aeroporto no Estado americano do Texas carregando explosivos envoltos em materiais do Exército, informaram autoridades.

O suspeito, cuja identidade não foi revelada, foi detido por agentes do FBI logo após a equipe de segurança do aeroporto de Midland ter detectado as armas em sua bagagem de mão.

Mike Martinez, porta-voz do FBI, confirmou que um homem foi detido e que está sob investigação, mas não revelou mais detalhes sobre o caso e nem indicou se o suspeito usava uniforme militar no momento da prisão.

Após a detenção as esteiras de segurança onde ocorre a verificação das bagagens por raio-x foram fechadas por uma hora, mas depois de uma revista o terminal foi liberado e as operações no aeroporto voltaram ao normal, informou um porta-voz do aeroporto de Midland.

ASSOCIATED PRESS/FOLHA

Revoluções de 2011 "me lembram 1848", diz Eric Hobsbawm


O prestigiado historiador britânico Eric Hobsbawm comparou as revoltas no mundo árabe em 2011 às revoluções que explodiram na Europa no fatídico ano de 1848.

Em entrevista à BBC, Hobsbawm ressaltou que desta vez os movimentos de contestação são impulsionados pela classe média, e não pelo proletariado.

"Foi uma grande alegria redescobrir que é possível que as pessoas saiam às ruas para se manifestar e derrubar governos", disse o historiador, que passou toda sua vida ligado às revoluções.

Hobsbawm nasceu poucos meses antes da Revolução Russa, de 1917, e foi comunista a maior parte de sua vida, assim com um influente pensador marxista. Um de seus livros mais conhecidos, a Era das Revoluções, que retrata justamente as revoltas de 1848, é um clássico da historiografia.

Além de escrever sobre as revoluções, Hobsbawm também apoiou algumas revoltas. Com mais de 90 anos, sua longa paixão pela política aparece no título de seu mais novo livro: How to change the World (Como mudar o mundo) e em seu enorme interesse pela Primavera Árabe.

"A verdade é que eu tenho um sentimento de excitação e alívio", disse, ao receber a reportagem em sua casa em Hampstead Heath, bairro no norte de Londres.

DEMOCRACIAS ÁRABES?

Para Hobsbawm, 2011 lembra outro ano de revoluções.

"Me lembra 1848, outra revolução impulsionada de forma autônoma, que começou em um país e depois se estendeu por todo um continente em pouco tempo", diz.

Naquele ano, um levante popular em Paris acabou se alastrando pela área da atual Alemanha e Itália e pelo Império Habsburgo (hoje Áustria).

Para quem ajudou a encher a praça Tahrir, no Cairo, derrubando o regime de Hosni Mubarak, em fevereiro, e agora teme pelo destino da revolução egípcia Hobsbawm tem uma palavra de alento.

"Dois anos após 1848, tudo parecia como se houvesse fracassado. Mas no longo prazo não houve fracasso. Conseguiu-se uma boa quantidade de avanços liberais. De modo que foi um fracasso imediato, mas um êxito parcial no médio prazo, ainda que não tenha sido na forma de revolução", diz.

Talvez com exceção da Tunísia, Hobsbawm não vê grandes possibilidades da democracia liberal ou governos representativos ao estilo ocidental triunfarem no mundo árabe.

O historiador ressalta ainda as diferenças entre os vários países varridos pela atual onda revolucionária.

"Estamos no meio de uma revolução, mas não de uma única revolução", diz.

"O que une (os árabes) é um descontentamento comum e forças de mobilização comuns: uma casse média modernizadora, sobretudo jovem, estudantes e, principalmente, uma tecnologia que permite que hoje seja muito mais fácil mobilizar os protestos", afirma.

INDIGNADOS E "OCCUPY"

A importância das redes sociais também ficou evidente em outro movimento que marcou 2011: os protestos dos indignados e as ocupações que ocorreram na Europa e na América do Norte.

Segundo Hobsbawm, o movimento remonta à campanha eleitora de Barack Obama, em 2008. Na ocasião, o então candidato mobilizou com sucesso uma juventude até então apática à política por meio da internet.

"As ocupações, em sua maioria, não foram protestos de massa, não foram os 99% (da população), mas de estudantes e membros da contracultura. Em momentos, isso encontro eco na opinião pública. É o caso dos protestos contra Wall Street e as ocupações anticapitalistas", afirma.

De todo modo, a velha esquerda, da qual Hobsbawm tomou parte, manteve-se às margens das manifestações.

"A esquerda tradicional estava orientada para um tipo de sociedade que já não existe mais ou está deixando de existir. Acreditava-se sobretudo no movimento operário como o grande responsável pelo futuro. Bem, nos desindustrializamos e isso já não é possível", destaca o historiador.

"As mobilizações de massa mais efetivas hoje são aquelas que começam em meio a uma classe média moderna e em particular em um grupo grande de estudantes. São mais efetivos em países onde, demograficamente, os jovens são mais numerosos", diz.

COMPREENDER O PASSADO

Eric Hobsbawm não espera que as revoluções árabes tenham maiores ecos no mundo, ao menos não como uma antessala de uma revolução mais ampla.

Será mais provável, assegura, uma dinâmica que compreenda reformas graduais do estilo das que "ocorreram na Coreia do Sul nos anos 1980, quando uma classe média jovem passou a disputar o poder com os militares".

Sobre o drama político que ainda se desenrola nos países árabes, o historiador diz que vale a pena recordar o Irã de 1979, cenário da primeira revolução que teve o islã como elemento político.

Esse aspecto da revolução iraniana teve reflexos na Primavera Árabe.


"Quem fez concessões ao Islã sem ser religioso acabou marginalizado. 

Dentre eles os reformistas, liberais e comunistas", diz, destacando outros grupos que se somaram aos religiosos para derrubar a monarquia iraniana alinhada ao Ocidente.

"A ideologia das massas não é a ideologia dos que começaram as manifestações", pontua.

Embora diga que a Primavera Árabe lhe tenha causado alegria, Hobsbawm diz que o elemento religioso no movimento é "desnecessário e não necessariamente bem-vindo".

BBC BRASIL/FOLHA

Coldplay ganha R$ 3 milhões por show particular em Abu Dhabi


A banda inglesa Coldplay vai ganhar R$ 2,88 milhões para fazer um show particular de Ano-Novo para o príncipe Mohammed bin Zayed Al Nahyan em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

O guitarrista Jonny Buckland disse ao jornal britânico "Daily Express" que a banda está ansiosa para conhecer o Oriente Médio e que os integrantes ficarão num hotel "luxuoso" durante a visita.

"Nunca tinha ficado num lugar assim antes e provavelmente nunca mais vou ficar. Isso faz o palácio de Buckingham parecer um sobradinho".

É possível comprar ingressos para ver a banda em Abu Dhabi por R$ 12 mil.
A banda lançou em outubro o disco "Mylo Xyloto".

FOLHA

Corpo de Daniel Piza é velado em São Paulo


O corpo do jornalista Daniel Piza, que morreu ontem aos 41 anos, está sendo velado no Cemitério de Congonhas, em São Paulo. O enterro acontece na manhã deste domingo (1º).

De acordo com o jornal "O Estado de S.Paulo", ele sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) em Gonçalves (MG), onde passava as festas de fim de ano com a família.

Daniel Piza, que nasceu em São Paulo em 1970 e estudou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP), começou sua carreira de jornalista em "O Estado de S. Paulo" (1991-92), onde foi repórter do Caderno2 e editor-assistente do Cultura.

Trabalhou em seguida na Folha (1992-95), como repórter e editor-assistente da "Ilustrada", cobrindo especialmente as áreas de livros e artes visuais. Foi editor e colunista do caderno Fim de Semana da "Gazeta Mercantil" (1995-2000).

Em maio de 2000, retornou para o jornal "Estado" para ocupar o cargo de editor-executivo. 

Atualmente, trabalhava no veículo como colunista.

Traduziu seis títulos, de autores como Herman Melville e Henry James, e organizou seis outros, nas áreas de jornalismo cultural e literatura brasileira, segundo informa o site que mantinha.

Escreveu 17 livros, entre eles "Jornalismo Cultural" (2003), a biografia Machado de Assis "Um Gênio Brasileiro" (2005), "Aforismos sem Juízo" (2008) e os contos de "Noites Urbanas" (2010). Fez também os roteiros dos documentários "São Paulo - Retratos do Mundo" e "Um Paraíso Perdido - Amazônia de Euclides".

O jornalista deixa a mulher, a também jornalista Renata Piza, e três filhos, Letícia, 14, Maria Clara, 10, e Bernardo, 6.

FOLHA

Obama aprova Orçamento da Defesa e novas sanções contra o Irã



O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, promulgou neste sábado o novo orçamento da Defesa, no valor de US$ 662 bilhões, além de novas e duras sanções contra o banco central e o setor financeiro do Irã, em um movimento que poderá aumentar a tensão entre Washington e Teerã.

As medidas, que visam a castigar a República Islâmica por seu programa nuclear, foram incluídas em uma proposta de lei de defesa que, segundo as autoridades americanas, foi assinada por Obama, apesar das reservas sobre seu impacto na política do Irã de determinar a prisão de suspeitos de terrorismo.

"O fato de eu apoiar esta lei como um todo não significa que eu concordo com tudo que está incluído nela", disse o presidente em referência às novas limitações para transferir detentos da prisão de Guantánamo, em Cuba, e as exigências de que ele notifique o Congresso antes de compartilhar informações sobre sistemas de defesa antimísseis com a Rússia.

TESTES

A lei chega no mesmo dia em que o Irã decidiu adiar testes com mísseis de longo alcance no Golfo Pérsico, previstos para hoje, e assinalou que estava pronto para novas conversas sobre seu controvertido programa nuclear.

A mídia estatal do Irã divulgou inicialmente no sábado que os mísseis de longo alcance teriam sido lançados durante exercícios navais, uma postura que poderia aborrecer o Ocidente devido às ameaças de Teerã de interromper uma rota de tráfego de petróleo importante no Golfo.

Mas o vice-comandante da Marinha, Mahmoud Mousavi, negou ao canal de língua inglesa Press TV que os mísseis foram disparados.

"O teste de lançamento de mísseis será realizado nos próximos dias", disse.

Dez dias de exercícios navais iranianos coincidiram com o aumento da tensão sobre o programa nuclear de Teerã com Washington e seus aliados. A União Europeia disse que considerava uma proibição - já posta em vigor nos Estados Unidos - sobre as importações do maior produtor de petróleo do mundo.

Analistas dizem que os relatos conflitantes sobre o teste com míssil tinham por objetivo lembrar o Ocidente das consequências se arriscasse aumentar a pressão sobre o Irã por seu programa nuclear, que o Ocidente diz que visa à construção de bombas nucleares. Teerã rejeita essa acusação.

"O local e o momento do exercício foram muito sagazes... então houve os relatos de lançamentos de mísseis que podem atingir as bases da América na região e Israel", disse o analista Hamid Farahvashian.

"Uma das mensagens era a de que se você se meter com o Irã, então terá que sofrer o caos econômico", disse. "Os iranianos sempre usaram essa tática de cenoura e bastão... primeiro eles usaram o bastão, que foi fechar Ormuz, e agora a cenoura, que é a disponibilidade para conversações".

MANOBRAS NAVAIS

O Irã começou sábado, dia 24 de dezembro, dez dias de manobras navais a leste do estreito de Ormuz, que liga o mar de Omã ao golfo de Aden.

Segundo autoridades militares iranianas, um de seus aviões identificou um porta-aviões americano na área de manobras navais organizada pela Marinha do Irã na região.



"Um avião de vigilância iraniano identificou um porta-aviões americano na zona de manobras em que estão mobilizados navios iranianos, fez fotos e filmou", declarou o almirante Mahmud Musavi.

"Isto demonstra que a Marinha iraniana observa e vigia todos os movimentos das forças na região", completou.

A Quinta Frota americana tem como porto base o Bahrein, o que permite a Washington ter uma importante presença naval no golfo Pérsico e em Omã.

FRANCE PRESS/FOLHA