quarta-feira, 29 de abril de 2015

A ANSIEDADE QUE ATACA O CORPO

Eduardo Aquino
O Tempo

 
O corpo sempre falou. Mas, ultimamente, anda gritando, lamentando, emitindo um SOS… Em vão, a bem da verdade. 
 
Infelizmente, somos surdos e analfabetos para traduzir os sinais claros que nossos órgãos, capitaneados pelo cérebro, usam para denunciar a exaustão e o desgaste que o estilo de vida moderna impõem ao nosso físico.
 

Você sofre de tonteiras e de labirintite? Como se equilibrar em meio ao turbilhão de preocupações irrealistas que lhe assaltam a cada instante? Seu peito aperta, um “bolo imaginário” engasga seu tubo digestivo, uma azia queima inclemente seu estômago, seu intestino preguiçoso faz greve e paralisa seu trânsito fecal, ou uma colite nervosa faz você fugir de momentos importantes em busca do banheiro mais próximo, com constrangimentos diarreicos?
 Toneladas de exames estão normais.
Afinal, máquinas, por mais sofisticadas e tecnológicas que sejam, não aprenderão jamais a linguagem das emoções, dos sentimentos e dos afetos.
NÃO HÁ APLICATIVOS
Tentar criar aplicativos ou aparelhos do tipo “almômetro” ou “mentômetro”, que pudessem desvendar segredos da alma e da mente humanas, seria genial, mas também seria tão impreciso quanto nossas mentiras, hipocrisias e ilusões. Continuaremos a ser vítimas de nós mesmos, e haja coração disparado, falta de ar, pressão arterial que sobe e desce, dores no corpo, estranhas alergias, fibromialgias, sono instável, cansaço intenso, falta de ar e outras manifestações físicas menos cotadas, com exames complexos e variados e peregrinações a diversas especialidades médicas, para no fim escutar: “está tudo normal”.

Será a sina da humanidade ter que padecer no paraíso? Quem, cargas d’água, entenderá meu corpo “normal” e, ao mesmo tempo, maltratado e doído, fonte de incômodo e mal-estar? Estaria a hipocondria virando epidemia? Ou um surto de “piti ou frescura” estaria se instalando? Somos histéricos e mal-amados, querendo uma atenção a mais, um colo nesse mar de carência, ou seríamos preguiçosos matadores de aula ou do trabalho?
ANSIEDADE GENERALIZADA
Para além dos doutores Googles que invadem mentes internáuticas, ou teóricos da conspiração e apocalipse, atentem para um tipo de transtorno de ansiedade cada vez mais prevalente em todas as especialidades médicas, serviços de saúde e similares: o Transtorno de Ansiedade Generalizada (ou TAG). Erradamente se imagina que a ansiedade é algo mental, tipo de pensamento disparado com incapacidade de relaxamento, ou sofrimento antecipatório, projeção de medos ou inseguranças sem rastro de realidade, numa aflição desmesurada, arfante, uma preparação equivocada para um risco iminente.
A natureza escreve, desde priscas eras, um enredo previsível: a mente (essa energia psíquica que gera o pensar, o sentir e o agir), ao projetar situações de estresse imediato a cada instante, emite uma ordem para o cérebro (um escravo servil da mente, que processa a informação de perigo como uma realidade e, assim, desencadeia reações extremas tipo “lutar ou correr”), que, por sua vez, altera todo o corpo, acelerando seu funcionamento para encarar um perigo imaginário – que, venhamos e convenhamos, nunca é real. Em outras palavras, a hiperatividade da mente leva a um hiperfuncionamento do cérebro, que revoluciona o corpo.
ALARME A TOCAR
Pois é, o corpo fala que nos andam faltando mais relaxamento, prazer no que fazemos, sabedoria para entender a vida, mais amor aos que nos cercam! Que serenidade, perdão, paz de espírito e altruísmo são remédios naturais e elixires do bem viver. Mas, como não ouvimos a alma e a mente, o alarme continuará a tocar com tantos sintomas inespecíficos.
Fica então a grande dica: a sede do sofrimento físico é o seu mundo mental. Vá atrás da ansiedade e corrija seu psiquismo. O corpo agradece.

Tribuna da Internet

MAGGI ABANDONA DILMA E CRITICA O "CALOTE" DE LEVY"

Julia Borba

Folha

O senador e empresário Blairo Maggi (PR-MT) criticou o arrocho fiscal do governo federal e disse que o Ministério da Fazenda está dando “calote” para fazer superavit.

“Politicamente tenho muitos colegas que não apoiaram a presidente Dilma. Eu apoiei. Pedi voto. Fiz [isso] em nome dos meus projetos e, assim como muita gente se sente enganada, eu me sinto enganado. Eu fui derrotado”, afirmou.

“Eu vejo que eu estava errado e os que estavam contra mim estavam certos”.

Segundo ele, alguns pontos defendidos pelo ministro Joaquim Levy estão certos, mas ele “erra na mão quando quer fazer o ajuste fiscal”.

“Não pagar os fornecedores que fizeram serviços para trás só tem um nome: é calote. O governo pediu, processou e na hora de pagar o ministro da Fazenda não paga porque está fazendo superavit?”, questionou.

MINISTRO NÃO SABE DE NADA

O comentário foi feito esta quarta-feira, durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, que recebe o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues.

Pouco antes do senador pedir a palavra, Rodrigues havia informado que não sabe ainda qual a situação de caixa de seu ministério.
“Nesse período o que eu fiz? Apaguei incêndio. Fui mais bombeiro que ministro”, desabafou Rodrigues.

O ministro dos Transportes também afirmou que “várias obras no país vão parar” e que ele “não pode esconder o que está acontecendo no ministério”.

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  NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGO comportamento de Blairo Maggi sinaliza que seu partido, o PR, também está abandonando a base aliada do governo, que no momento se limita, basicamente, a PT, PCdoB e PROS. OS demais partidos da coalizão já estão se dizendo “independentes”, porque não querem afundar junto com o governo. (C.N.)

Tribuna da Internet

domingo, 26 de abril de 2015

MEU AVÔ JUDEU E MINHA FAMÍLIA CATÓLICA

Fernanda Pompeu

Blog Mente Aberta 


Viúva antes dos 40, mãe de três filhos, o mais velho meu pai, vovó abriu uma pastelaria no subsolo da Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Foi lá que ela se afeiçoou a um jovem empregado. Um rapaz, vindo da antiga Tchecoslováquia, com um português horrível e olhos de amêndoas perfeitas. 

Quando eles resolveram morar juntos, as duas famílias emburraram os humores. A dela, porque ele era imigrante pobre. A dele, pois vovó não era judia. Não preciso contar que meu avô e família desembarcaram na então capital do Brasil, no final dos anos 1930, fugindo da perseguição aos judeus que aumentava com passos de gigante na Europa. Também não preciso contar que, naquela época, uma mulher, dona de um negócio, viúva namoradeira (mesmo que de um só), deixava seus tios e irmãos com as ventas do nariz sibilando.

O fato é que quando me dei por gente – lá pelos cinco, seis anos – meu avô era o Júlio. O ex-empregado de vovó e agora dono da sapataria Carneiro, na mesma Central do Brasil. No momento que eu compreendi que ele era meu avô postiço, padrasto do meu pai, também fiquei sabendo que ele era judeu. O que ao contrário de ser um problema, me soava como algo chique, carregado de status. Gostava de dizer na escola que eu tinha um avô judeu. Isso durou até o dia que ele me chamou para dizer que eu não era e nunca seria uma menina judia. Não se tratava de uma escolha, mas de origem.

Fui crescendo e percebendo o quanto vovô Júlio era um sujeito sisudo. Amargo até. Nunca brincava com os netos. Verdade de vez em quando colocava a garotada toda dentro de seu DKV azul, versão luxo, e tocava para a Barra da Tijuca. Na metade dos anos 1960, a Barra tinha dunas onde hoje tem prédios. Nesses passeios, quando as rodas do carro esmagavam jacas no asfalto e macaquinhos acenavam das árvores, vovô até sorria. Mas bastava entrarmos em casa para ele voltar a ser um homem triste. Hoje, numa distância de 50 anos, penso que talvez ele nunca tenha considerado aquela casa de ateus – de origem católica – como a sua casa. Mas isso é pura conjectura.

Devo boas coisas a ele. Por exemplo quando tomei o gosto pela leitura, vovô muito compenetrado recomendou que eu lesse Franz Kafka, seu conterrâneo. Fez mais, me presenteou com o livro A Metamorfose. História louquíssima em quem um homem acorda no corpo de uma barata, que devorei, aos 13 anos, com espanto e prazer. Vida que corre. A última vez que nos encontramos foi no hospital da Ordem Terceira da Previdência, cheio de Nossas Senhoras pelos corredores. Ele velho, cansado, se despedindo da vida. Eu jovem, brilhando, fazendo brindes a ela.

Tribuna da Internet

LÍDER DO PSDB JÁ ESTÁ REDIGINDO O PEDIDO DE IMPEACHMENT

Carlos Newton

 
A discussão sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff rachou o PSDB e as principais lideranças estão batendo cabeça. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os senadores José Serra e Aloisio Nunes Ferreira não querem nem ouvir falar no assunto e criticam abertamente a tese, enquanto o presidente do partido, senador Aécio Neves, toma posição a favor e até encomendou um parecer ao jurista Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça.

No meio dessa polêmica interna, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, perdeu a paciência, reuniu sua bancada na quinta-feira, expôs sua tese, o assunto foi exaustivamente debatido e os deputados tucanos decidiram se desgrudar da direção do partido e apresentar oficialmente o pedido de abertura do processo à presidência da Câmara ainda esta semana.

NÃO É AVENTURA

Há quem julgue que se trata de uma aventura do líder, mas não é bem assim. O deputado Carlos Sampaio é um dos parlamentares mais respeitados do Congresso e tem sólido conhecimento de Direito. Está no quarto mandato consecutivo na Câmara Federal e teve quase 300 mil votos na última eleição.

Seu currículo é impressionante. Entrou na faculdade (PUC de Campinas) aos 17 anos e imediatamente começou a estagiar no Departamento Jurídico do Bradesco. Aos 23 anos foi aprovado, em sétimo lugar, no concurso para promotor de Justiça em Minas Gerais. No ano seguinte, passou em quinto lugar no concurso para promotor de Justiça em São Paulo, onde atuou nas áreas cível e criminal. Depois, se tornou professor de Direito Processual Penal.

HÁ MOTIVOS SUFICIENTES

Carlos Sampaio tem estudado em profundidade a questão jurídica que envolve a presidente Dilma Rousseff e concluiu que já há elementos para apresentar imediatamente o pedido de impeachment, sem necessidade de aguardar novos fatos ou pareceres jurídicos. Fez um minucioso relato aos deputados tucanos, mostrando que já existe a fundamentação jurídica exigida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha,para aprovar a abertura do processo.

O pedido já está praticamente redigido e Sampaio está dando os retoques finais neste fim de semana. Na terça-feira, terá um encontro com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, para lhe exibir o arrazoado e informar que nem é necessário aguardar o parecer do jurista Miguel Reale Júnior.
Segundo o deputado, sua intenção é apresentar o pedido de impedimento da presidente na própria terça-feira, após o encontro com Aécio, ou na quarta-feira.

“O que vou dizer ao Aécio é que na visão da bancada não tem mais o que aguardar. A Câmara é quem decide sobre a abertura do impeachment, então o protagonismo tem que ser da bancada da Câmara. Ela tem que tomar uma decisão e a decisão já foi tomada: o impeachment é cabível e não temos que aguardar mais nenhum parecer”, afirmou Sampaio ao repórter Ranier Bragon, da Folha.

NÃO FALTAM MOTIVOS

O líder tucano ainda não revelou os fundamentos jurídicos em que se baseia. E o que não falta são motivos, a partir da responsabilidade de Dilma Rousseff sobre o escândalo na Petrobras, na condição de presidente do Conselho Administrativo, e também as chamadas “pedaladas fiscais”, com as maquiagens realizadas pelo Tesouro Nacional para fechar as contas públicas, o que caracteriza crime de responsabilidade. Além disso existem duas teorias jurídicas já expostas na imprensa por renomados juristas: 1) improbidade administrativa por culpa, tese defendida por Ives Gandra Martins; 2) crime eleitoral devido ao uso de recursos da corrupção na campanha eleitoral de Dilma, tese levantada por Jorge Béja.

Sampaio está tão convicto da procedência de suas razões que já afirmou que irá recorrer ao plenário da Câmara contra eventual recusa ao pedido por parte do presidente Eduardo Cunha. Segundo o Regimento da Câmara, cabe recurso dessa decisão, o que levaria ao plenário a responsabilidade de dar a palavra final sobre a abertura do processo.

A novela está ficando cada vez mais emocionante e sem a menor possibilidade de final feliz para o governo, o PT e o Instituto Lula, a troika da política brasileira.

Tribuna da Internet

1º DEMAIO: SE DILMA NÃO FOR À TV, SERÁ PIOR DO QUE PANELAÇO

Pedro do Coutto
 
A repórter Andreia Sadi revelou na edição de sexta-feira da Folha de São Paulo que Lula, o marqueteiro João Santana e o ministro da Secom, Edinho Silva, estão aconselhando a presidente Dilma Rousseff a não dirigir, pela televisão, a tradicional mensagem de primeiro de maio ao povo brasileiro. 

Os três, e mais alguns auxiliares do Palácio do Planalto, chegaram à conclusão , de que qualquer pronunciamento dirigido à sociedade pela passagem do Dia do Trabalho, data comemorada em muitos países, será sucedido por um  panelaço que apagará suas palavras e prejudicará ainda mais sua imagem, já abalada pelo assalto à Petrobrás e sua iniciativa de comprimir direitos sociais.

Pessoalmente não creio seja esse o melhor caminho a ser trilhado pela presidente da República. Isso porque se ela recuar diante de tal perspectiva terá sofrido uma nova derrota causada, desta vez, por si mesma. Afinal de contas sair do palco não resolve o problema político colocado em seu roteiro. 

Pelo contrário. O recuo será uma prova de temor, transmitindo um defensivismo difícil de traduzir. Isso de um lado. De outro, fortalecerá ainda mais as restrições da CUT e da Força Sindical em relação à Medida provisória que encaminhou ao Congresso reduzindo, por exemplo, as pensões por morte legadas aos segurados que contribuíram a vida inteira para a seguridade social. 

Um retrocesso, portanto.

E se Dilma devesse recuar, muito melhor seria retroceder no caso do corte nas pensões e anunciar o recuo exatamente a primeiro de maio. Recuar de ir à televisão jamais. Francamente não sei  que o ex-presidente Lula está pretendendo com a absurda sugestão. Não me surpreendo com os demais conselheiros e conselhos, mas espanto o simplismo adotado por quem venceu quatro eleições presidenciais seguidas. Não faz sentido.

 O recolhimento da presidente da República passa um clima de medo e de reconhecimento por erros cometidos. Como o de anunciar posições definidas na campanha eleitoral de 2014 e alterá-las em 2015, depois de vitoriosa nas urnas e reempossada no poder. A colisão entra a candidata e a presidente provavelmente é o motivo principal de sua dúvida de se expor ou não à opinião pública.

Seja como for, acho firmemente que ela deve enfrentar o desafio, pois não dirigir aos trabalhadores a tradicional mensagem, de Primeiro de Maio será pior do que o reflexo político de qualquer panelaço por mais intenso que seja. O poder gera obrigações intransferíveis. A principal delas enfrentar e suportar as reações populares, as vozes das ruas, as luzes da cidade.

FGTS PERTENCE AO TRABALHADOR

Reportagem de Renata Agostini e Natuza Nery, publicada também na Folha de São Paulo de sexta-feira, sustenta que o governo está cogitando captar 10 bilhões dos recursos existentes no FGTS para financiar operações de crédito do BNDES sem a necessidade de tal repasse ser fornecido pelo Tesouro Nacional. 

Mas é preciso considerar que os depósitos existentes no FGTS pertencem aos empregados, não ao governo que, dessa forma, não pode dele dispor como se seus fossem.

A questão, entretanto, não se esgota nesse plano moral. Não. É preciso levar em conta que as aplicações do BNDES são feitas a juros subsidiados (4% ao ano), enquanto a rentabilidade do Fundo de Garantia, com base na inflação de hoje, atinge praticamente 14% ao longo de 14 meses. Na hipótese da operação triangular compulsória, a diferença da taxa ficaria com quem? Em nosso bolso é que não será.

Tribuna da Internet

sábado, 25 de abril de 2015

O BRASIL DORME, CONTAGIADO PELA INÉRCIA

Luiz Tito
O Tempo

A presidente Dilma Rousseff, com todo respeito que se deve ao cargo que ela ocupa, é surda, ou teimosa, ou preguiçosa, ou despolitizada, ou amarrada, ou insensível, ou tudo isso junto, porque não é possível que alguém, com as suas responsabilidades, insista nas atitudes que tem ou em não tê-las. Isso é óbvio? É e, lamentavelmente, é a realidade.

Na semana passada foi preso o tesoureiro do PT, partido do qual Dilma é (ou deveria ser) sua maior liderança. 

Pelo menos protocolarmente, é Dilma quem tem a maior expressão política dentro do partido, embora se saiba que o ex-presidente Lula lá dê as cartas. Mas nem por isso, nunca se soube de ambos, Dilma e Lula, o empenho em retirar de cena o tesoureiro João Vaccari Neto,

 que todos esperavam que fosse enjaulado a qualquer momento.

Deixaram que se chegasse a essa vergonhosa e tardia exposição, muito embora a própria Dilma já o tivesse impedido de ser o tesoureiro de sua campanha.

 Não à toa, mas talvez por já reconhecer em Vaccari as habilidades que a Polícia Federal e o Ministério Público, com toda certeza, identificaram e buscarão condenar.

VAGA NO SUPREMO

Desde a aposentadoria do ex-ministro Joaquim Barbosa, há oito meses, que está vaga sua cadeira no STF, com flagrante prejuízo às decisões que demandam o escrutínio do pleno, isso é, que todos os ministros examinem e votem as matérias de competência do Supremo Tribunal.

Falou-se insistentemente na perspectiva de indicação pelo Planalto do nome do atual presidente nacional da OAB, Marcos Vinicius Furtado. Senadores avisaram que não passaria na aprovação da Casa nenhum nome com nítidas vinculações partidárias. 

Dilma, ao contrário de todas as expectativas, indicou para a vaga o jurista Luiz Edson Fachin, respeitado advogado, de inquestionável currículo, reconhecido profissional e estudioso do Direito Civil e de Direito de Família. 

 Dependendo dos fatos políticos da semana, o Senado Federal, varejista e fisiológico como é, vai reprová-lo. Porque esse é o jogo que Dilma deixou que ganhasse corpo e força.

A operação Lava-Jato, que a inteligência do Palácio do Planalto sabia que andava a passos de ganso, não tinha como não ter sido antecedida por uma medida da Presidência, afastando da Petrobras toda a sua diretoria e os conselhos, para que se apurasse com rigor e isenção a real responsabilidade dessa corja hoje presa em Curitiba. 

Esse pessoal que está em cana no Paraná não é jovem aprendiz. Vários já saíram com tornozeleira eletrônica da maternidade. Não há bandido de primeiro emprego.

VACAS SAGRADAS

A própria relação com as lideranças dos partidos da base aliada, ou mesmo da oposição, os chamados “vacas sagradas” do Congresso, é de uma postura ginasial. Com o poder que tem a Presidência da República, é inaceitável que se tivesse deixado encorpar os tipos a quem o poder político hoje no país está terceirizado.
E nesse diapasão cantam todas as vozes de poder, contagiadas por essa mesma inércia. O Brasil ressente-se da falta de controle, de comando, de um projeto de autoridade. Somos um país com demandas sérias e inadiáveis.

 Não podemos viver do que será a operação Lava-Jato, das inúmeras CPIs que fazem de conta que investigam alguma coisa, do humor de Sarneys, Aécios, Renans Calheiros e Eduardos Cunha, dessa inércia congelante que nos impõe uma classe política que não sabe onde está parada.

 Não crescemos econômica e socialmente, o povo está com fome, há desemprego, inflação, favelamento, falta de políticas sérias e atualizadas de educação, segurança, saúde, habitação, financiamento da produção industrial e agrícola. A nação está perdida, sem saber para onde ir.

Tribuna da Internet

PANELAÇO PODE FAZER DILMA DESISTIR DE FALAR NO 1º DE MAIO

Andréia Sadi  
Folha
 
Temendo uma reedição do panelaço durante fala de Dilma Rousseff na TV, integrantes do governo avaliam cancelar o tradicional pronunciamento da presidente no 1º de maio, Dia do Trabalho.

 A Folha apurou que auxiliares da presidente sugerem que ela só se exponha quando a crise política e econômica arrefecer, o que, na avaliação deles, não acontecerá no curto prazo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o marqueteiro João Santana e o ministro Edinho Silva (Secretaria de Comunicação) são alguns dos que defendem que a presidente não discurse. Dilma ainda avalia a questão.

Em entrevista em abril, Edinho disse que a petista não se assustaria com protestos contra sua administração. Para que a data não passe em branco, uma ideia é que a presidente faça algum anúncio em evento oficial e deixe a fala na TV para um ministro.

A PRIMEIRA VEZ

Se o pronunciamento não ocorrer, será a primeira vez que Dilma não irá à televisão no 1º de maio desde que assumiu o governo, em 2011.

Em sua estreia, ela anunciou o programa “Brasil Sem Miséria”. No ano seguinte, atacou bancos e cobrou a redução de juros. Em 2013, ela falou na televisão que estava comprometida com o combate à inflação.

No ano passado, meses antes da eleição, a petista anunciou ajuste de 10% no Bolsa Família. O pronunciamento foi alvo da oposição, que classificou a fala da petista de propaganda antecipada.

O Planalto foi surpreendido com panelaços no pronunciamento de Dilma na TV no Dia Internacional da Mulher. Para petistas, o discurso turbinou manifestações uma semana depois.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O clima no Planalto/Alvorada é de fim de festa, desânimo total, ninguém consegue enxergar uma luz no fim do túnel. Pelo contrário, as perspectivas são sombrias e sinistras. Até o marqueteiro está em baixa e ninguém acredita mais em seus truques e efeitos especiais. Nenhum ministro quer assumir o tradicional discurso do 1º de maio, que Getúlio Vargas iniciava com “Trabalhadores do Brasil”, carregando no sotaque gaúcho. Desta vez, a decepção do povo é tão grande que qualquer político que se atrever a aparecer na TV em cadeia nacional vai encarar um superpanelaço. E os ministros estão conscientes desta realidade. (C.N.)

Tribuna da Internet

PARA MANTER EMPREGO EM ALTA, DILMA DESTRUIU A ECONOMIA

Vicente Nunes

Correio Braziliense
 
A presidente Dilma Rousseff sempre encheu a boca para falar que seu governo não mediu esforços para proteger o emprego, mesmo com o mundo em crise. Tanto que a taxa de desocupação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do país encerrou o ano passado no nível mais baixo da série histórica, de 4,3%.

A petista só se esqueceu de dizer que, para manter o desemprego nesses níveis, destruiu a economia do país em seu primeiro mandato. 

Usou e abusou de artificialismos na política econômica comandada pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega. Arrasou as contas públicas e empurrou a inflação para as alturas — mais de 8%.

Ao mesmo tempo em que dizia proteger os trabalhadores, estava contratando o desemprego, que vai bater fundo na Previdência Social neste ano e, sobretudo, em 2016. Como milhares de trabalhadores devem ser demitidos por causa da recessão econômica, as receitas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tendem a cair.

 Pelos cálculos do Ministério do Planejamento, o rombo em 2015 será de R$ 66,7 bilhões e, no ano que vem, de R$ 81 bilhões.

DESINDUSTRIALIZAÇÃO

Com os erros de Dilma, o crescimento econômico desabou. O primeiro setor a sentir o impacto dos desacertos foi a indústria, que vem demitindo há pelos menos dois anos. Agora, a vítima maior da recessão é o setor de serviços, sobretudo o comércio, justamente o que tinha empregado a maior parte dos trabalhadores com menor escolaridade e preparo.

Demitir no Brasil custa muito caro. Por isso, mesmo com a atividade despencando, o desemprego não subia. Segundo os empresários, num primeiro momento, a orientação das companhias foi para absorver custos e reduzir as margens de lucro em vez de cortar pessoal. O problema é que, depois de quatro anos de fraca expansão do Produto Interno Bruto (PIB) e com alta do dólar, das tarifas de energia elétrica e dos combustíveis, a situação chegou ao limite. A hora, agora, é de sacrificar o mercado de trabalho.

Tribuna da Internet

quinta-feira, 23 de abril de 2015

FARRA DO BOI: GRUPO PETROBRÁS JÁ TÊM 360 MIL TERCEIRIZADOS

André Ramalho e Rodrigo Polito


Valor Econômico
 
Fora do alcance do projeto de lei que regulamenta a terceirização do trabalho (PL 4.330/2004), a Petrobras e suas subsidiárias têm cerca de 360 mil empregados terceirizados que aguardam a regulamentação de suas condições trabalhistas pelo governo.

 Enquanto o Congresso discute a proposta que amplia as possibilidades de contratação de terceirizados para atividades fim das empresas privadas, o movimento sindical alerta que a estatal já atua à margem da legislação vigente e que, na prática, já é enquadrada como responsável solidária em alguns casos.

Segundo o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, a terceirização na Petrobras vai hoje desde áreas como manutenção até serviços de perfuração de poços. “Quando a Petrobras afreta navios, a operação é da terceirizada.
 A empresa contrata a plataforma e o serviço da perfuração.

 Entendemos que é terceirização da atividade-fim”, afirma Rangel, que defende o arquivamento do projeto proposto pelos deputados.

De acordo com dados da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a relação é de cinco terceirizados para cada trabalhador próprio no Sistema Petrobras. Em 1995, havia mais concursados que terceirizados: 46 mil por 29 mil.

SEM DEFINIÇÃO CLARA

Já para Luiz Cezar Quintans, advogado especializado no setor petrolífero, não há uma definição muito clara sobre a atividade-fim e o que a estatal terceiriza ou não. 

De forma geral, segundo ele, a companhia não terceiriza sua atividade-fim. Apesar de a Petrobras contratar equipamentos e empresas para a os trabalhos de perfuração, por exemplo, o advogado lembrou que a gestão dessa atividade é feita por funcionários da própria petroleira. “É a Petrobras que decide onde furar o poço”, ressaltou ele.

Quintans acredita que, na prática, não haverá muitas mudanças na relação da Petrobras com seus terceirizados, com a exclusão das empresas de economia mista do Projeto de Lei da Terceirização.

Rangel, da FUP, lembra que a terceirização já responde hoje por dívidas das contratadas com trabalhadores e por acidentes de trabalho. “No nosso acordo coletivo de 2013 [com a Petrobras], por exemplo, colocamos uma cláusula instituindo um fundo garantidor, que é a retenção do percentual das faturas lançadas às empresas. Esse percentual cobre os custos trabalhistas no caso de calote por parte da terceirizada”. explica. 

Procurada, a Petrobras não respondeu.

(reportagem enviada pelo comentarista Guilherme Almeida)

Tribuna da Internet

quarta-feira, 22 de abril de 2015

PT NAUFRAGA DO MAR REVOLTO DA CORRUPÇÃO

Pedro do Coutto

 
Reportagem de Andréia Sadi e Marina Dias, Folha de São Paulo, edição de 20 de abril, revela que a direção nacional do PT passou a temer que a operação Lavajato culmine até numa escala capaz de inviabilizar o registro do partido, pois as denúncias que se acumulam são capazes de conduzir até a obrigação de a legenda ter que devolver 200 milhões de dólares (cerca de 600 milhões de reais) aos cofres públicos, uma vez que esse montante representa o que João Vaccari arrecadou durante dez anos de 2003 a 2013.

O PT, assim, praticamente naufraga num mar da corrupção, cujas águas revoltas escolheu cruzar. 

É claro que a perspectiva não é das melhores. Mas também Andréia Sadi e Marina Dias transmitem a impressão inevitável de que a fonte dos recursos financeiros secou para o partido.

Tanto assim que no final da semana passada a comissão executiva do PT decidiu suspender o recebimento de doações por parte de empresas privadas.

 A suspensão representa uma figura simbólica, pois na realidade, como no samba de Monsueto, a fonte secou. Assim, a sustação de captar recursos financeiros já havia antecedido o ato de suspender tais ações.

ROUBALHEIRA

A operação Lavajato a cada dia aprofunda as investigações e a partir da prisão de João Vaccari abriu-se um novo horizonte para iluminar e identificar os atores da roubalheira instalada na Petrobrás.

 Vaccari, preso, torna-se evidentemente muito mais vulnerável do que quando se encontrava solto e ainda acreditava na hipótese de sua impunidade. O encarceramento já está começando a pesar fortemente sobre ele, que tem consigo a chave de um mistério cada vez menos oculto.

Paralelamente à prisão de Vaccari vão se acrescentando os resultados concretos das delações premiadas. 

São milhões e milhões de dólares e reais que circulavam ao seu redor. Ele, Vaccari, era praticamente o epicentro através do qual eram redistribuídas as parcelas provenientes dos roubos e dos superfaturamentos de obras e serviços, os quais possibilitavam o pagamento em uma escala impressionante de propinas. Pois é evidente que para pagá-las as empresas empreiteiras e fornecedoras embutiam seus custos nos contratos. De maneira direta, como acentua a reportagem da FSP terem sido envolvidas 90 contratações que formavam a fonte torrencial do dinheiro emitido ilegalmente.

NAUFRÁGIO

Diante de todo esse quadro verifica-se hoje o naufrágio do Partido dos Trabalhadores.

 Além da perda que sofreu em sua posição política, ainda por cima encontra-se ameaçado de devolver recursos sobre os quais não tem mais controle, uma vez que foram parar nas mãos de integrantes da sigla que jamais pensaram, e pensam, na hipótese de devolvê-los. Tais recursos, em grande parte, encontram-se depositados no sistema financeiro internacional.

 E qualquer movimentação agora terminará revelando o nome dos correntistas titulares dos depósitos, como aconteceu com o ex-diretor da Petrobrás Renato Duque, que, na antevéspera de ser preso, transferiu 31 milhões de euros na Suíça para o Principado de Mônaco. Qual a origem desse dinheiro? É claro que se trata de algo fora da lei.

Como Renato Duque existem vários outros personagens, qu7e João Vacari se desejar, os revelará e é esse o temor maior da direção do Partido que iniciou sua jornada tendo como bandeira uma ideia reformista mas que terminou dramaticamente atuando sob a inspiração do conservadorismo que sempre criticou nos outros mas terminou adotando para si próprio. 

O naufrágio do PT era previsível já que sua direção omitiu-se em relação aos fatos que se passavam e terminaram transbordando quaisquer limites existentes até mesmo considerando-se o quadro eterno da flexibilidade política. Essa flexibilidade existiu em épocas do passado, existe no presente e existirá para sempre como fator da atividade humana. 

Porém para tudo existe limites; o PT naufragou porque não levou em conta a sua existência inevitável, ou seja violando-os colidiu com o rochedo que demarcava a linha entre a praia e as ondas domar.

Tribuna da Internet

segunda-feira, 20 de abril de 2015

GOVERNO CORTA VERBAS DA POLÍCIA FEDERAL E DIFICULTA A OPERAÇÃO LAVA-JATO

Eduardo Militão

Correio Braziliense

 
Delegados da Polícia Federal denunciam que diárias de várias operações não estão sendo pagas, inclusive da Lava-Jato, a maior investigação de corrupção da história do país. Eles entendem que há um risco de “matar à míngua” a apuração e não descartam que essa seja uma forma de minar o caso por haver envolvimento de pessoas ligadas ao PT e ao governo federal.

Segundo o presidente regional da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Eduardo Mauat da Silva, há cerca de dois meses os pagamentos não são feitos aos investigadores e acumulam-se num volume de aproximadamente R$ 200 mil. A Lava-Jato é composta por cerca de 25 a 30 policiais. São seis delegados, segundo apurou o Correio.

O presidente do sindicato da categoria no Paraná (Sindipf), Algacir Mikalovski, afimou que os colegas “tiram do bolso” ou “de seus cartões de crédito” os recursos para tocar as apurações. 

Mauat disse que a Lava-Jato não teve nenhum ato interrompido pela falta de diárias ou mesmo de suprimentos, porque os agentes e delegados estão arcando com as despesas que deveriam ser assumidas pela corporação.

É PROPOSITAL OU NÃO?

Ele afirmou que há uma preocupação dos delegados que a Operação seja estrangulada financeiramente.

 Mauat afirma que jornalistas lhe perguntam se eventualmente o governo atrapalha a Lava-Jato intencionalmente pelo fato de haver envolvimento de pessoas do PT, partido que comanda o Poder Executivo. E ele tem respondido: “Eu diria: ‘Não sei’, mas nós vamos ver o que vai acontecer nos próximos meses”.

“Você pode matar uma operação à míngua se você tirar os recursos dela de maneira sutil”, acrescentou o presidente regional da ADPF. “Vamos ficar atentos a isso. Há um prazo. Se o governo não realocar algumas rubricas, porque há dinheiro no orçamento, para pagar essas diárias. Não queremos acabar perdendo policiais”.

Entre 60% e 70% dos quase 30 integrantes da Lava-Jato são de fora de Curitiba e estão na cidade mantidos em hotéis pagos por eles mesmos por causa da falta de diária. O valor das diárias está de cerca R$ 200 por dia.

DEMAGOGIA DO GOVERNO

Mikaloviski e Mauat contrariaram o discurso do governo Dilma Rousseff de que eles incentivam as investigações “doa a quem doer”, ao contrário do governo do PSDB, quando a PF não tinha tantas investigações. O presidente do sindicato diz que é “obrigação” dar estrutura para a polícia investigar. “O governo tem a obrigação de dar essa estrutura”, disse Mikalovski. “Não é uma benesse. A ausência dessas estruturas tem que ser cobrada”.

Já Mauat afirmou que o discurso de divisão entre partidos não deve ser levado em conta. Ele avalia que a melhoria econômica do país na década passada, durante o governos de Luiz Inácio Lula da Silva, influenciou a PF. Com mais recursos, mais salários e mais policiais, a corporação aumentou sua eficiência.

“De fato aconteceu [a melhora]”, disse Mauat. Mikalovski avaliou que o governo não define o que será investigado ou não, mas apenas fornece meios para as apurações seguirem tecnicamente. “Não está ligado a A, B o C. Se vier um outro governo de outro partido, e as operações aumentarem, não será mérito do outro governo”, analisou Mauat.

Tribuna da Internet

domingo, 19 de abril de 2015

POLÍTICOS ACHAM QUE TEM LICENÇA PARA ROUBAR

Vicente Nunes

Correio Braziliense

 
A carta branca que a presidente Dilma Rousseff deu a seu vice, Michel Temer, para negociar cargos nos segundo e terceiros escalões do governo, em troca da apoio político, já provocou fortes movimentos dentro do Congresso, que está de olho em diretorias de estatais e de seus fundos de pensão. Esfomeados, deputados e senadores sabem o quanto podem tirar de proveito das empresas públicas e das fundações que deveriam garantir o complemento de aposentadorias de milhares de trabalhadores.

O loteamento político de estatais e de seus fundos de pensão tem apresentado resultados terríveis para o país. O caso mais visível é o da Petrobras. A empresa que já foi símbolo nacional, exemplo de eficiência e renovação tecnológica, se transformou no retrato mais cruel da corrupção.

 A companhia está em situação tão complicada que nem o balanço do terceiro trimestre de 2014 conseguiu publicar, por recusa da firma de auditoria em sancionar números inflados por obras superfaturadas, fontes de propinas que engordaram os caixas dos partidos da base aliada do governo, sobretudo do PT.

Quem se dá ao trabalho de analisar os demonstrativos financeiros das estatais e de seus fundos de pensão fica estarrecido. Os dados mostram, na maioria dos casos, elevado grau de ineficiência, que estimula a sangria de recursos públicos. Os prejuízos se acumulam.

PERDAS BILIONÁRIAS

Somente no ano passado, a Eletrobras, que controla uma série de empresas do setor elétrico, registrou perdas de R$ 3 bilhões. 

Na Infraero, em dois anos, o buraco atingiu quase R$ 5 bilhões. Nos Correios, onde a presidente Dilma Rousseff deve abrigar Ideli Salvatti, demitida da Secretaria de Direitos Humanos, o lucro caiu 71% entre 2012 e 2013 — os resultados do ano passado ainda estão pendentes.

Entre os fundos de pensão, o Funcef, dos empregados da Caixa Econômica Federal, contabilizou, em 2014, rombo de R$ 5,6 bilhões. 

Foi o terceiro resultado negativo seguido. No Fapes, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a deficiência de caixa está em R$ 1,2 bilhão, correspondente a 11% de todos os ativos administrados pela entidade. No Postalis, dos Correios, os desmandos decorrentes do rateio do fundo entre o PT e o PMDB provocaram um buraco de R$ 5,6 bilhões. 

O Petros, da Petrobras, até agora não liberou os números do ano passado, mas se sabe que, até setembro, o deficit chegava a R$ 5,5 bilhões.

E NADA MUDARÁ…

Técnicos de respeito da equipe econômica afirmam que, num momento em que o país se revolta contra a corrupção e mostra repulsa ao governo, a presidente Dilma deveria ter pulso mais firme para conter a gula dos políticos.

“Infelizmente, veremos a continuidade da sangria do patrimônio público. Políticos sairão ricos e as estatais e os fundos de pensão ficarão com os caixas esfacelados”, diz um servidor do Ministério da Fazenda. “Não pode ser esse o preço da governabilidade”, emenda.

O governo já preparou o discurso para quando a porteira das nomeações for aberta. Dirá que as estatais e os seus fundos de pensão estão protegidos por regras rígidas de governança, com órgãos reguladores prontos para agir em caso de malfeitos. Mas serão apenas palavras ao vento.

 Os políticos sabem que terão licença para surrupiar, sem constrangimento, o patrimônio público e de trabalhadores.

 Tudo será como sempre foi. Se for necessário cobrir os rombos deixados por eles, o Tesouro Nacional estará a postos para empurrar a fatura aos contribuintes. Simples assim.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em dois fundos, Postalis e Funcef, os empregados já sabem quanto terão de pagar a mais, para compensar os rombos e roubos. Nos demais fundos, as direções ainda não calcularam como cobrir os prejuízos. Uma vergonha. (C.N.)

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